quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Lanterna Verde

          Todo filme que é adaptado de um livro ou de HQ’s deveria ser visto como uma produção cuja realização é perigosa, ainda mais se for baseado num personagem ou história que atrai milhares de fãs espalhados pelo mundo. Nesses casos sua criticidade deveria ser elevada à décima potência. Digo isso, pois o que mais vemos nos últimos anos são adaptações nem sempre bem sucedidas pela falta de fidelidade às linhas que serviram de inspiração para iniciar sua materialização junto à sétima arte.    
      

          Seja de romance a aventuras ou de terror a comédias, tudo aquilo que os fãs pedem (e não é muito) é fidelidade ao que foi escrito. Se todos morrem no livro, que morram todos no filme. Se fulano de tal foi o personagem que deu o tom para uma certa sequência, não o substituam por outro. Por exemplo, alguém pode imaginar um filme sobre a historia de Cristo na qual ele não seja crucificado no final ou ainda no mesmo exemplo, colocar Judas para comandar a última ceia? A resposta é bem lógica não é. 


          Alguns podem pensar: “Ah, mas é uma adaptação Gourmet.”. Tudo bem. Concordo que se trata de uma adaptação, mas da mesma forma que histórias “baseadas em fatos reais” não podem ser alteradas, quem foi que deu o direito para alguns diretores de mudar a ordem ou a realização de ações. Para os fãs daquele livro ou personagem a narração de seus feitos deve ser seguida a risca, salve uma ou outra exceção. Se quiserem liberdade para contar da forma que querem, que criem suas próprias histórias e/ou personagens ao invés de usar os já famosos.

          Bom, após esse breve desabafo, digo a vocês que minha indicação da semana é o filme Lanterna Verde (Green Lantern) do diretor Martin Campbell que foi lançado no dia 17 de junho nos EUA e chegou em terras tupiniquins apenas no último dia 19 de agosto.

          A adaptação live-action conta a história de como Hal Jordan (Ryan Reynolds), um jovem piloto de caças da empresa de Aviação Ferris foi selecionado para substituir o alienígena Abin Sur (Temuera Morrinson) na até então desconhecida dos terráqueos, Tropa dos Lanternas Verdes. A tropa é uma sociedade formada por guerreiros cuja missão é levar paz e justiça aos 3.600 setores existentes no universo, mantendo a paz e a ordem através da utilização de um anel energético  que lhes permite a materialização de qualquer coisa que sejam capazes de imaginar.

          
          No filme, após ser mortalmente atacado pelo vilão Parallax (voz de Clancy Brown), Abin Sur vem ao planeta Terra e pede ao anel que saia em busca de um sucessor na defesa do setor 2814. O selecionado é o jovem irresponsável Hal Jordan, que quando criança foi testemunha do acidente aéreo que vitimou seu pai Martin Jordan (Jon Tenney) e desde então além de não se permitir criar vinculos afetivos com ninguém, vive em busca constante de provar que seus limites sempre podem ser superados, tornando-se assim como o pai, um piloto de caças aéreo. Além da própria família, quem mais sofre com as posturas “questionáveis” de Hal é a bela Carol Ferris (Blake Lively) que além de ser a herdeira da empresa de Aviação Ferris na qual ele trabalha,  é completamente apaixonada por Hal desde a infância.

      
          Após o recrutamento, o anel energético leva Jordan ao planeta OA, que funciona como o quartel general dos lanternas verdes e onde ficam os imortais Guardiões, que foram os responsáveis pela criação da tropa e são os detentores do conhecimento sobre os fatos e verdades do universo desde a sua criação. Já no planeta, Jordan inicia seu treinamento sob a supervisão de Tomar-Re (voz de Geoffrey Rush), Kilowog (voz de Michael Clarke Duncan) e Thaal Sinestro (Mark Strong) que na época estavam entre os melhores combatentes da tropa.
     Enquanto o treinamento em OA segue seu curso, na Terra o corpo de Abin Sur é capturado pelo governo americano e entregue a um centro de pesquisas sob o comando da oficial Amanda Waller (Ângela Basset) para que sejam feitos testes no corpo do alienígena. Para assumir os testes é convocado o Dr. Hector Hammond (Peter Sarsgaard) que acaba infectado pelos poderes de Parallax e desenvolvendo grandes poderes psíquicos se tornando um perigoso vilão.

          A meta de Parallax é se vingar dos Guardiões destruindo não apenas os pequenos seres azuis como o planeta OA, espalhando o medo por todo o universo. Na iminência de destruição do planeta Terra e na inoperância dos Guardiões que por indicação de Sinestro decidem permitir a destruição do planeta para ganhar tempo no preparo da ofensiva contra o vilão, Hal Jordan se vê sozinho na luta para defender seu planeta natal contra as forças do medo. Será que a força de vontade irá superar o medo? Só vendo o filme para saber como essa historia irá terminar.

           Embora o filme não seja fiel a história original, para quem não for um conhecedor profundo da saga de Hal Jordan ele tem uma sequência bem legal de ação e regada por comédia em alguns momentos. Os ótimos efeitos especiais e as caracterizações são os pontos altos da produção, que em minha opinião só não foi melhor devido a abordagem dada pelo diretor Martin Campbell que não soube aproveitar o potencial dos personagens, transformando peças chaves da formação de Jordan em meros participantes secundários. Sou capaz de afirmar que se fosse um Christopher Nolan da vida a frente do projeto, com certeza seria um grande sucesso, mas quem sabe com um pouco mais de força de vontade, os produtores não mudem o diretor ou a forma de abordagem que Campbell utilizou no atual filme para uma possível continuação.

  
          Lanterna Verde que teve suas locações divididas entre Sydney na Austrália e Nova Orleans nos Estados Unidos entre março e agosto de 2010 tem 115 minutos de duração e sua produção que trabalhou com um orçamento de aproximadamente US$ 200 milhões já arrecadou algo em torno de US$ 160 milhões em todo o mundo desde sua estréia. Não é um filme fiel a história original, mas vale a pena assistir no cinema, principalmente em 3D. Eu indico.

 
Receita adicionada por Gourmet.


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