quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Blade Runner - O Caçador de Andróides

          Em minha opinião, o cinema é a maior fábrica de sonhos já criada em toda a história, pois é através dele que todas as limitações físicas para a imaginação humana são superadas uma a uma. Não existem barreiras que impeçam a sétima arte de superar expectativas ou até mesmo de criar grandes traumas para seus fãs mais fiéis. Dos grandes clássicos aos enlatados, temos uma enxurrada de idéias e conceitos que direta ou indiretamente influenciam na vida de seus espectadores e se enganam aqueles que acreditam que os melhores filmes são aqueles que possuem as maiores bilheterias, já que nem sempre recorde de público esta relacionado a qualidade.

          Sou um apaixonado por cinema e não tenho grandes preferências por gêneros já que gosto desde “O Gabinete do Doutor Caligari” até “Avatar”. Porém, mais uma vez na minha humilde opinião, o grande divisor de águas dos filmes de ficção científica e para muitos a primeira produção capaz de unificar grandes efeitos especiais, bom roteiro e ótimas atuações foi Blade Runner: O Caçador de Andróides (Blade Runner) que é a minha indicação da semana.

          Lançado pela Warner Bros em 1982, o longa que foi o terceiro filme da carreira do premiado diretor Ridley Scott conta a história de um planeta Terra que no ano de 2019 esta completamente devastado por desastres ambientais e em que as poucas pessoas que ainda não partiram para as chamadas “colônias espaciais” vivem nos escombros das antigas metrópoles. Essas colônias existem graças a uma grande corporação, chamada Tyrell Corporation que desenvolve andróides, conhecidos como replicantes, para serem utilizados como escravos na exploração e colonização de outros planetas. Porém, após um incidente ocorrido em uma dessas colônias com os replicantes do modelo Nexus-6, cópias fisicamente perfeitas dos humanos e classificados pela própria Tyrell como “mais humanos que os humanos”, todos os andróides são proibidos de entrar na Terra.
 
          Para manter a “ordem” e cumprir a determinação de evitar a presença dos replicantes no planeta, é criado um grupo de elite dentro da força policial denominado Blade Runners, cuja função é caçar e aposentar (palavra bonita para destruir) num ato chamado de remoção aqueles que descumprirem a lei.


          Contudo, um grupo formado pelos replicantes Roy Batty (Rutger Hauer), Pris (Daryl Hannah), Leon Kowalski (Brion James) e Zhora (Joanna Cassidy) retorna a Terra em busca de seu criador, o Dr. Eldon Tyrell (Joe Turkel), na esperança de que seus tempos de vida, que são limitados a 4 anos, sejam prolongados pelo mesmo.

         Após a descoberta da invasão, é determinado que o agente Rick Deckard (Harrison Ford) assuma a missão de caçar os andróides e efetuar a sua devida “remoção”. E é na busca de conseguir maiores informações sobre seus “alvos” que Deckard conhece a bela e sensível Rachael (Sean Young), a jovem assistente do Dr. Tyrell, de quem acredita ser sobrinha e com quem Deckard acaba formando seu par romântico. Entretanto, no decorrer do filme, Rachael acaba descobrindo que suas lembranças foram implantadas artificialmente, pois ela também se trata de um replicante Nexus-6 e que ao pé da letra também deveria ser “removida” por seu amado Blade Runner.


          Tentando evitar o inevitável e com dilema de amar quem deveria destruir, Deckard sai em busca de cada um de seus alvos, que de forma impressionante vão apresentando não  apenas os traços mas características cada vez mais humanas a cada minuto que se passa, fazendo com que próximo ao fim não se tenha mais certeza de quem é humano ou replicante, levando o agente a questionar todas as suas certezas até aquele momento.
          
          Inspirado no livro “Do Androids Dream of Electric Sheep?” escrito em 1968 por Philip K. Dick e lançado em terras tupiniquins apenas em 1989 com o nome “O Caçador de Andróides”, Blade Runner: O Caçador de Andróides conta com a combinação perfeita de letreiros luminosos e carros voadores rodeados por um ambiente escuro, sujo e com aspecto de abandonado, dando forma ao cenário idealizado por Ridley Scott para apresentar um planeta devastado no futuro por problemas ambientais. Não podemos esquecer que estamos falando de um filme lançado em 1982 que já criticava diretamente os danos ambientais espalhados por todo o mundo e quais seriam seus possíveis reflexos.


          Outra grande sacada do filme e que o mesmo vai sendo todo narrado pelo agente Deckard, ficando perceptível a todos pela voz dele que suas convicções de certo e errado vão sendo completamente alteradas no decorrer do tempo.

          Se somarmos as atuações de Harrison Ford, Rutger Hauer e Sean Young que são impecáveis, a visão e capacidade de direção de Ridley Scott descobrimos o que transformou a produção em uma obra-prima da ficção científica.


          Lembram que eu disse no início do post que “nem sempre recorde de público esta relacionado a qualidade”? Pois bem, numa época em que os grandes filmes já arrecadavam algo em torno de US$ 100 milhões em bilheteria, Blade Runner: O Caçador de Andróides atingiu algo em torno de US$ 30 milhões mesmo com indicações ao Oscar de Melhor Direção de Arte e Melhor Efeitos Especiais e outras ao BAFTA e Globo de Ouro por exemplo.

          Se você já assistiu sabe do que estou falando, mas se ainda não viu, não perca mais seu precioso tempo. Reuna a família e/ou os amigos para uma excelente sessão de cinema. Eu garanto que você não vai se arrepender.



Receita adicionado por Gourmet.

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