Quem quer ser um milionário

  Até hoje eu não entendi o critério da Academia para a escolha nos indicados ao Oscar, menos ainda o critério para escolher o vencedor, mas uma coisa posso dizer com certeza, foi uma excelente escolha o vencedor de 2009: “Quem quer ser um milionário” (Slumdog Millionaire).

O filme é britânico, dirigido por Danny Boyle (127 horas) e escrito por Simon Beaufoy e é uma adaptação do livro Q & A do autor indiano Vikas Swarup.  Filmado na Índia, conta a história de Jamal Malik (Dev Patel) um rapaz de 18 anos que cresceu nas favelas de Juhu em Mumbai, Índia, que está participando da versão indiana do programa televisivo “Quem quer ser um milionário?” (Who wants to be a Millionaire?), excedendo as expectativas as pessoas, e criando suspeitas no apresentador e na polícia, já que Jamal acerta todas as respostas. Para provar sua inocência, ele conta toda sua história nas ruas com seu irmão e com o seu grande amor, Latika.

             Mas a idéia do filme gira em torno de duas perguntas que não estão no programa: O que faz um rapaz sem interesse no dinheiro em um concurso televisivo? E como ele sabe todas as respostas? 

            É um dos filmes mais diferentes que já vi, a começar pela história, totalmente diferente dos enlatados hollywoodianos que estamos acostumados. Talvez por ser tão diferente seja tão interessante. Classificado com drama, o filme é realmente tocante com a história do menino pobre, porém fiel a seus valores e sentimentos, nos dando grandes lições de vida e de superações. É um filme duro, realista, porém cativante e até mesmo triste, que envolve o espectador de tal maneira que fica impossível desgrudar os olhos da tela.

           Por se passar na índia, você já pode imaginar que a fotografia é excelente. Bem colorido, mostrando a riqueza e a pobreza do país, a cultura dos véus e transportes com cores bem diversificadas e misturadas. Porém, não são só as imagens que te prendem, mas a trilha sonora também que foi composta por A.R. Rahman em apenas 20 dias, com as musicas indianas acompanhadas de algumas cenas de danças, inclusive “Jay Ho” que posteriormente foi regravada pelo grupo Pussycat Dolls, e aparece no fim do filme com coreografia dos atores principais, bem ao estilo de Bollywood.

         A história não é linear, mistura flashbacks, lembranças e atualidade, mas é de muito fácil compreensão e identificação com o personagem principal e secundários; você não se sente perdido durante o filme e isso se deve muito a excelente direção de Boyle. Não foi a toa que o filme ganhou tantos prêmios e indicações, como os Oscars de Melhor Filme, Melhor Diretor, Melhor Roteiro Adaptado, Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original (“Jai Ho’), Melhor Som e Melhor Edição, além de Globo de Ouro, Bafta, Goya e Festival de Toronto.   

Essa é minha indicação para aqueles que curtem filmes excelentes, não produzidos por Hollywood. Está curioso para saber se Jamal acertou todas as perguntas e ganhou o prêmio de 20 milhões de rúpias?  Dá uma conferida no trailer aí embaixo e fique mais curioso ainda!

Receita adicionada por Cozinheira Nata