Acho que todo esse clima em torno da morte de Osama (será?) me influenciou. Todas as notícias sobre as operações ultra secretas americanas, teorias da conspiração, terrorismo, me deixaram meio dark, um pouco sanguinária e essa semana praticamente só assisti filmes onde o sangue jorra, as cabeças rolam e coisas do tipo.
Dentre alguns filmes com a temática antiterrorista um dos eleitos foi Zona Verde (Green Zone), o filme não é exatamente novo e eu até já tinha assistido, mas dessa vez prestei mais atenção aos detalhes. E prestar atenção neste caso é fundamental, pois a trama é bem complexa e muitas vezes as sequências ficam um pouco confusas.
O filme é uma crítica severa a conduta das forças norte americanas na guerra do Iraque, focando principalmente na polêmica questão da possível existência de armas de destruição em massa em poder dos iraquianos. O roteiro teve inspiração no livro A Vida Imperial na Cidade Esmeralda, do autor Rajiv Chandrasekaran que conta como é o cotidiano dentro do território protegido que é ocupado pelos americanos no meio de Bagdá e da guerra. O livro descreve as mordomias e confortos inimagináveis para uma situação de conflito aos quais as tropas norte americanas tem acesso. Este verdadeiro resort abriga a tropa e o alto escalão do exército e é deste território chamado de Zona Verde que saem todas as ordens norte americanas.
Para desenvolver a história, a Universal Pictures apostou na parceria consagrada que alavancou a Trilogia Bourne e juntou mais uma vez em uma produção o diretor Paul Greengrass e Matt Damon. Garantia de sucesso? Bom, acho que dessa vez não foi o caso.O filme foi um fracasso de bilheteria nos EUA e ficou pouco tempo em cartaz em terras nacionais, sendo exibido em poucos cinemas.
Na trama tudo tem início quando Roy Miller (Matt Damon), subtenente americano começa a questionar a veracidade das informações passadas por “fontes importantes e confiáveis” a seus superiores. Através desses dados as missões são planejadas e executadas, porém todas elas mostram-se inúteis e uma grande perda de tempo. Desconfiado ele começa a pesquisar por conta própria e se vê no meio de um intrigante jogo de manipulação e influências.
Todos os personagens para criar um contexto de conspiração estão presentes no filme, a jornalista influente (Amy Ryan), o cara do governo (Greg Kinnear), o general iraquiano e seus seguidores, o agente da CIA (Brendan Gleeson), o cidadão nacionalista. Todos contribuem para gerar um suspense que em certos momentos fazem com que você nem ao menos pisque temendo perder alguma coisa, porém em outros momentos esse suspense se estende por tempo demais, ficando cansativo e você quase dorme.
O estilo de filmagem é característico dos trabalhos de Paul Greengrass, câmera na mão, imagem tremida e granulada que aumenta a adrenalina e agrega mais realismo a cena. A atuação de Damon é boa, convincente e pesquisando sobre as filmagens descobri que em algumas cenas ele contracenou com soldados americanos de verdade e foi super elogiado por sua conduta nos sets de filmagem. Menção honrosa também para as atuações de Brendan Gleeson (lembram de Ollho Tonto Moody?? pois é... ele mesmo) e de Greg Kinnear.
Com tudo o filme não é sensacional, possui alguns pontos que merecem ser exaltados mais infelizmente, no geral é apenas um bom filme que tinha potencial para ser um enorme sucesso, mas não chegou lá. Levando em consideração outros filmes de Matt Damon e do diretor Paul Greengrass esperava muito mais, porém vale ressaltar que esta é uma daquelas poucas produções que saem da zona de conforto, mostrando uma crítica madura, sem ser afetada pelo eterno desejo de colocar o exército americano no papel de salvador e libertador dos fracos e oprimidos.
O filme vale a pena para os que gostam de excelentes cenas de ação, para aqueles que já cansaram de ver sempre a mesma história água com açúcar contada por filmes de guerra americanos e adoram as polêmicas e teorias que cercam os conflitos no Iraque. Achou interessante? Confere o trailler.
Receita adicionada por Chef.
Cara as cenas de ação desse filme são muito boas.
ResponderExcluirParabéns pelo blog.
Mike
É impressão minha ou foi uma menina que escreveu este post?? Se foi... hummm Show! Dificil ver meninas que gostam de filmes mais masculinos... interessante.
ResponderExcluir