Up! Altas Aventuras

Essa semana entrei em uma espiral dramática! Praticamente só vi filmes extremamente tristes, sofridos, drama total mesmo. Daqueles que você depois de assistir vai chorar em um cantinho e tentar achar alguma coisa no mundo boa o suficiente para não se matar.

Enfim, isso somado ao tempo feio e chuvoso que tem feito no Rio de Janeiro me fez entrar na maior depressão, então decidi que precisava urgentemente de uma animação fofa e divertida para dar uma levantada no astral.

Vasculhando minhas opções caseiras escolhi Up! Altas Aventuras e nos primeiros minutos do filme eu queria me bater porque simplesmente esqueci o quanto o início desse filme é triste!

Você querido leitor deve estar se perguntando: Uma animação com um trailer tão lindinho, com um garoto gordinho tão bonitinho, tudo colorido, uma casa que voa amarrada em balões, tudo lúdico, triste? Sim querido leitor, triste.

A história começa com um garotinho no cinema, assistindo as aventuras do explorador Charles Muntz no Paraíso das Cachoeiras, um lugar perigoso e cheio de mistérios que fica na América do Sul. Encantado com os feitos de seu ídolo ele sai pelas ruas imaginando viver as mesmas coisas, recriando em seu espaço o cenário das histórias de Muntz.

Enquanto segue nessa brincadeira é surpreendido por uma voz de menina que vem de dentro de uma casa caindo aos pedaços. A voz fala sobre as aventuras de Muntz, curioso ele entra na casa onde conhece Ellie. É o início de uma grande amizade.

 O garotinho na verdade irá se transformar no velinho que será um dos grandes protagonistas das aventuras que irão acontecer durante o filme, o Sr. Fredricksen.

Fredricksen e Ellie crescem e se casam, porém mantém as mesmas ilusões e sonhos de infância, continuam querendo conhecer o Paraíso das Cachoeiras, porém os obstáculos começam a aparecer e nesse momento o filme passa a ter doses de drama.

Com o passar do tempo o casal começa a planejar o nascimento dos filhos, porém descobrem que isso não será possível e portanto decidem que o objetivo principal será a viagem para a América do Sul, para conhecer o tal sonhado Paraíso das Cachoeiras. Diversos imprevistos acontecem e o casal que possui uma vida modesta nunca consegue o dinheiro suficiente para alcançar tal objetivo.

Aos olhos de uma criança essa parte do filme será apenas um pedaço lento e não muito interessante, mais um adulto certamente perceberá o quanto é triste a história do casal. A passagem do tempo, por sinal, foi muito bem feita pela produção do filme, com detalhes super simples eles conseguiram mostrar as mudanças de uma forma muito delicada.

O tempo continua passando e o amor de Fredricksen e Ellie se mostra forte o bastante para que mesmo diante de tantas decepções eles continuem felizes. Quando finalmente conseguem dinheiro para realizar o grande sonho é tarde demais, Ellie fica doente e morre, deixando Fredricksen sozinho.



Completamente solitário e correndo o risco de perder a casa onde viveu toda sua história com Ellie ele um dia se descontrola e em uma atitude impensada acaba obtendo uma decisão judicial que o obriga a viver em um asilo. Decidido a não passar o resto de seus dias longe de sua casa, trancafiado em um lar para idosos Fredricksen tem uma brilhante idéia: amarrar sua casa a balões e finalmente viajar até o Paraíso das Cachoeiras! Mas ele não contava com a presença de Russel.

Russel embora em um primeiro momento seja “rejeitado” por Fredricksen é a pessoa que vai trazer de volta para a vida do velho senhor todo o afeto que ele perde com a morte de Ellie. Através da figura de um menino gordinho, simpático e muito carismático a alegria também volta para a história e a sucessão de aventuras e situações incríveis começa.

O filme é muito bom, mas se não fosse pelas cores e por poucas cenas engraçadas não acho que seria um filme infantil, muito pelo contrário a carga dramática é bem grande e qualquer pessoa com um pouco mais de maturidade percebe isso.

A produção é fruto de mais uma boa parceira da Walt Disney Pictures com a Pixar e contou com a direção Peter Docter, que dirigiu também outros grandes sucessos como Monstros SA e ajudou na animação de Toy Story I e II. O filme ainda levou merecidamente o Oscar de Melhor Trilha Sonora, a música nesse filme possui um destaque especial, é delicada, gostosa de ouvir e ajuda a contar a história. Ganhou também o Oscar de Melhor Animação e recebeu prêmios também no Annie Awards, no Globo de Ouro e no Bafta.

O filme é uma delícia de assistir, a dose de drama é equilibrada no decorrer do filme por cenas engraçadas, animais espetaculares e muita aventura. E embora não o considere um filme puramente infantil a temática é lúdica e, portanto fiquem tranqüilos, o final é bem feliz!

Se o friozinho continuar durante o final de semana e a grana estiver curta é um bom programa caseiro. Acompanhado de uma pipoca e boa companhia vale a pena!

Para assistir o trailer, clique aqui. 

Receita adicionada por Chef.